Absurda! É o que se pode dizer da violência com que as polícias do RN foram orientadas a tratar os estudantes em luta contra o aumento da passagem dos ônibus em Natal. A truculência com a qual policiais agiram é fato que a sociedade não pode deixar de condenar.

Um estudante da UFRN teve sua cabeça tão espancada que abriu uma ferida enorme, tendo sido levado para o hospital levou dezoito pontos para fechar o ferimento. Estudantes foram agredidos gratuitamente, mulheres foram encurraladas e ofendidas com insultos machistas, manifestantes tiveram suas filmadoras e câmaras fotográficas subtraídas por policiais. Tais fatos não podem passar como “naturais” do confronto da polícia com os manifestantes. Estes foram às ruas manifestarem legitimamente seu protesto contra o aumento da passagem dos transportes urbanos. Manifestação pacífica  de estudantes que, não fosse terem sido agredidos violentamente, não teriam feito mais que demonstrado sua legítima indignação.

Como professores da UFRN, não podemos deixar de manifestar nossa solidariedade aos estudantes em luta e nossa revolta e indignação diante das agressões praticadas contra estudantes e professores. Nos posicionamos veementemente contra toda a violência praticada contra pessoas em luta legítima em nome de “assegurar a ordem pública”, quando sabemos que a “ordem pública” que se diz querer preservar é aquela  que serve aos interesses de poucos em detrimento dos direitos da maioria.
A interrupção momentânea do trânsito tem o objetivo maior de permitir a circulação de transportes públicos mais baratos e em condições dignas. Algo que é de interesse de um número muito maior de pessoas que apenas aquelas que circulam em seus veículos particulares, muitas indiferentes ao problema, fechadas que estão no miserável bem-estar de suas vidinhas classe média.

Condenamos a criminalização dos movimentos sociais por parte das autoridades e da grande mídia. A criminalização com a utilização de surrados adjetivos como “baderneiros” e “vândalos” é reiteradamente utilizada quando trabalhadores, camponeses e estudantes saem às ruas para reivindicarem seus direitos. Trata-se de uma tentativa de desqualificar a luta social que atinge os interesses das elites.

Diante dos acontecimentos, prestamos nossa integral e incondicional solidariedade aos estudantes e suas lutas e exigimos rigorosa investigação dos fatos e a punição dos responsáveis pelos excessos cometidos. Cobramos ainda das autoridades da UFRN, particularmente da Reitoria, um posicionamento público em defesa dos estudantes, que nada mais expressavam do que aquilo que lhes ensina a academia: ter uma postura de cidadãos na sociedade em que vivem.

COLETIVO UNIVERSIDADE DEMOCRÁTICA

NOTA DE PROFESSORES DA UFRN
EM REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA OS ESTUDANTES
 

Sugerido por Edson Lima.

OBS: Os textos publicados neste espaço são de inteira responsabilidade de seus autores e não transmitem necessariamente as posições e opiniões do SINTEST-RN.

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