Diante do impasse nas negociações e sucateamento das universidades é preciso radicalizar

Por Danielle Castro e Viktor Gruska

Na manhã desta sexta-feira, 24/05, os portões de acesso ao Instituto Metrópole Digital (IMD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) amanheceram trancados.

A ação radicalizada do SINTEST-RN, sindicato que representa os servidores técnico-administrativos da universidade, foi coordenada pelo Comando Local de Greve (CLG) junto aos estudantes e fez parte do calendário de atividades de greve da entidade.

O trancamento foi pacífico, sem dano ao patrimônio público. Os estudantes e servidores que chegaram ao local foram recebidos com diálogo e esclarecidos sobre as razões do trancamento. Não houve acirramento de ânimos, nem hostilidade aos visitantes, que compreenderam os motivos da atividade e a importância da pauta de reivindicações da categoria.

Nas últimas mesas nacionais de negociação, o governo Lula/Alckmin insistiu em manter a proposta de REAJUSTE ZERO para 2024 e deu um ultimato nas negociações, marcando para dia 28 de maio a assinatura do acordo com os técnico-administrativos. Porém, a assembleia do SINTEST-RN realizada nesta quarta-feira, 22/05, rejeitou a proposta do governo, votou pela continuidade e endurecimento do movimento paredista.

O SINTEST-RN é uma entidade plural e democrática, classista e autônoma em relação aos governos e administrações universitárias. Baseada numa perspectiva crítica e transformadora da realidade, busca construir uma sociedade mais justa igualitária e inclusiva. Por isso, há 33 anos luta em prol da educação pública e da defesa dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores das instituições federais de ensino superior.

As reivindicações da categoria são pelo aprimoramento da carreira, recomposição orçamentária e ampliação, via concurso público, dos quadros permanentes das universidades e institutos federais e expansão dos recursos da assistência estudantil.

A greve é pela defesa de um projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. E esse modelo de universidade só pode existir com servidores valorizados, salas de aula e laboratórios equipados e em boas condições de manutenção, financiamento para pesquisa, estudantes bem alimentados, com moradia adequada e transporte digno.

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