Esta segunda-feira, dia 27 de março, foi escolhida como dia nacional de luta das mulheres nas universidades contra as reformas da previdência e trabalhista.
Em alusão a esse dia e visando participar ativamente, o SINTEST/RN chamou atenção para as mulheres – as mais prejudicadas com a reforma – durante audiência pública promovida pela administração central da UFRN. Foi por meio de uma performance artística com a poetisa Guadalupe Segundo que recitou o poema “Mulher” de Geraldo Azevedo. O momento foi encerrado com a cantora Silvinha Benigno, que também é servidora da UFRN, que puxou o coro com a música “Maria, Maria” de Milton Nascimento.
A base do SINTEST/RN que estava presente também se manifestou com cartazes que continham mensagens voltadas às mulheres.
Poema “Mulher” (Geraldo Azevedo)
Eu sou a mãe da praça de maio
Sou alma dilacerada
Sou Zuzu Angel, sou Sharon Tate
O espectro da mulher assassinada
Em nome do amor
Sou a mulher abandonada
Pelo homem que inventou
Outra mais menina
Sou Cecília, Adélia, Cora Coralina
Sou Leila e Angela Diniz
Eu sou Elis
Eu sou assim
Sou o grito que reclama a paz
Eu sou a chama da transformação
Sorriso meu, meus ais
Grande emoção
Que privilégio poder trazer
No ventre a luz capaz de eternizar
Em nós sonho de criança
Tua herança
Eu sou a moça violentada
Sou Mônica, sou a Cláudia
Eu sou Marilyn, Aída sou
A dona de casa enjaulada
Sem poder sair
Sou Janis Joplin drogada
Eu sou Rita Lee
Sou a mulher da rua
Sou a que posa na revista nua
Sou Simone de Beauvoir
Eu sou Dadá
Eu sou assim…
Ainda sou a operária
Doméstica, humilhada
Eu sou a fiel e safada
Aquela que vê a novela
A que disse não
Sou a que sonha com artista
De televisão
A que faz a feira
Sou o feitiço, sou a feiticeira
Sou a que cedeu ao patrão
Sou a solidão
Eu sou assim