O objetivo é esclarecer as dúvidas da população
Depois do Campus da UFERSA em Angicos, ontem (18) foi a vez de Caraúbas e Pau dos Ferros receberem a palestra “A Previdência Social e os impactos da Reforma da Previdência”. A Profª. Drª Rivania Moura esteve à frente do debate e contou com a participação de estudantes, técnicos-administrativos e professores.
“A proposta da reforma é o fim do modelo atual de previdência, para um novo modelo que é totalmente injusto, pois só altera as regras para os trabalhadores. Eles não mexeram em nada na arrecadação”, destaca Rivania.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a previdência é a principal fonte de renda da população em 70% dos municípios brasileiros. Ao longo da palestra, Rivania fez um apanhado histórico de como surgiu o modelo atual de previdência, passando pelas mudanças que já ocorreu até chegar na proposta da Reforma da Previdência, destacando os principais pontos.
O texto da reforma da previdência fala sobre “Capitalização” que, de acordo com Rivania, não é de fato uma previdência, “se for aprovada como está, será uma contribuição definida. Você sabe quanto vai pagar, mas não sae quanto vai receber. Além disso, as regras desse modelo serão feitas por uma lei complementar, o que é outro risco”, declara. Caso seja aprovada, os novos trabalhadores já integram automaticamente o modelo de capitalização, eles terão que abdicar parte do seu salário para depositar num banco. De 32 países que tem a capitalização como modelo de previdência, 18 estão voltando porque faliu, para Rivania, “é um modelo que não dá certo”.
No que se diz respeito a proposta da idade mínima, de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, ela já está muito próxima da expectativa de vida do Brasileiro. Para a Profª, “tudo isso é para que o povo fique pouco tempo aposentado”. Além disso, a regra diz que sempre que aumentar a expectativa de vida, automaticamente aumenta a idade para se aposentar.
“Na proposta da reforma, o cálculo da aposentadoria é cruel. Ele é feito com todos os salários que você já recebeu, isso faz com que a aposentadoria comece com a base de cálculo reduzido. O objetivo claro é reduzir o valor da aposentadoria,” destacou Rivania.
O SINTEST/UFERSA vem promovendo debates sobre a reforma da previdência desde o de 2016 quando surgiu a primeira proposta de reforma, desde então vem dialogando com a comunidade acadêmica sobre esse assunto através de ciclos de palestra, seminários, atos e manifestações. No mês de março deste ano, o SINTEST/UFERSA promoveu a palestra “Reforma da previdência – as consequências na vida do trabalhador” com as professoras Luana Myrrha (UFRN) e Rivania Moura (UERN).
Para Vice-diretor do campus de Pau dos Ferros, Flávio Timóteo, esse debate é “muito positivo afinal de contas estamos passando por uma fase difícil, político, social e econômico. Essa palestra vem para dar luz aos nossos questionamentos, dúvidas e anseios, então a gente sempre necessita de conversas com pessoas que estão mais instruídas e pesquisando a reforma, para que elas nos mostrem quais podem ser os passos para que a gente possa mobilizar os trabalhadores para que eles possam ser contrários a essa reforma do jeito que ela está sendo imposta. É de suma importância que existam essas discussões nos campi para que a gente comece a multiplicar essa discussão e tentar realmente mobilizar as pessoas para que elas fiquem sabendo o quão absurdo será pra gente caso a reforma seja aprovada do jeito que ela está imposta”, declarou.