O SINTEST/RN lamenta que a Câmara Municipal de Natal tenha aprovado no dia 23/12, com 25 votos a favor e 4 votos contra, o Plano Diretor da cidade com mudanças que terão impacto não apenas na paisagem, mas na qualidade de vida de quem mora na capital do RN.

Repudiamos que a votação de um tema tão relevante para a vida dos natalenses tenha acontecido à vésperas do natal e de forma antidemocrática, ao impedir (por um período) o acesso de alguns movimentos sociais à galeria da Câmara que deveria ser a ‘casa do povo’. E pior, intimidando os manifestantes com a presença da PM e Guarda Municipal que ocupavam o prédio tanto do lado de dentro como no lado de fora.

O fato é que a maioria dos vereadores aprovaram a venda da nossa cidade, privilegiando os grandes empresários e a especulação imobiliária, em detrimento do nosso direito à cidade e prejudicando o povo pobre que habita nas áreas atingidas.

A verticalização de Ponta Negra e Redinha, gentrificação da Praia do Meio e despejo dos moradores das áreas litorâneas são somente alguns dos malefícios do Plano Diretor que permite a construção de prédios com até 140 metros de altura na região do Parque das Dunas, enquanto o Plano de 2007 permitia edificações com até 6 metros de altura; construções na Via Costeira de edificações multifamiliares; e aumento do gabarito de construção (altura dos prédios) na Praia do Meio, que passa dos atuais 4 andares (12 metros) para 21 metros na 1ª quadra, 27 metros na 2ª quadra e até 60 metros na 3ª quadra, com a exceção das Áreas de Interesse Social (AEIS).

Parabenizamos o movimento estudantil e os coletivos de luta ambiental e por moradia, que resistiram bravamente, se manifestando contra as manobras dos parlamentares que rifaram a capital potiguar aos interesses do capital imobiliário, destruindo nossas paisagens naturais e, literalmente, expulsando o povo mais pobre dos cartões turísticos.

Por fim, nos solidarizamos com a companheira de lutas Camila Barbosa, diretora de Movimentos Sociais da UNE e militante do Juntos (PSOL) no Rio Grande do Norte, que acompanhou toda a votação, fazendo intervenções e denúncias necessárias, e que agora está sendo processada pela Câmara Municipal de Natal.

Repudiamos toda e qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais, seja estudantil e/ou de trabalhadores. LUTAR NÃO É CRIME!

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