O dia 25/03 é o Dia Nacional do Orgulho LGBT. Infelizmente, apesar dos avanços no acesso a diversos direitos, ainda temos mais a lutar do que a comemorar.

Inspirado nas recentes lutas das mulheres trabalhadoras, convidamos todas e todos, LGBT ou não, a estarem juntas(os) com a gente ocupando as ruas nesta segunda (25/03), a partir das 17h30, no calçadão do Midway Mall, em Natal/RN. É um chamado à luta a outros movimentos, coletivos, partidos, sindicatos e a qualquer pessoa que tenha certeza de que nossas vidas importam! Em vez de só festejar, vamos conversar com trabalhadoras e trabalhadores sobre nossas vidas, entregando adesivos e panfletos, partilhando falas e intervenções artístico-culturais. Vamos dizer, de várias formas, porque defendemos a criminalização da LGBTfobia no STF e porque somos contra à Reforma da Previdência.

Segundo o último relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 20 horas morre uma pessoa LGBT no Brasil. É nesse contexto que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de duas ações que demandam a criminalização a LGBTfobia. Apesar das problematizações legítimas quanto à insuficiência da criminalização, a votação no STF pode ser um marco no acúmulo de forças para a resistência e os contra-ataques que precisamos organizar nesta conjuntura de ataques e extermínio de nossas vidas.

 

Quatro dos 11 ministros já votaram favoravelmente até a última sessão no dia 21/02, mas o julgamento foi adiado pelo presidente do STF, Dias Toffoli. Não há nova data marcada para a próxima sessão e ainda se especula que, em sendo remarcada, um(a) dos(as) ministros(as) deve pedir vistas do processo, o que adiaria mais uma vez a votação. Ventila-se que esta é uma tática para evitar o embate do STF com o Congresso e com o governo Bolsonaro.

Nesse enfrentamento que nós mesmas e mesmos precisamos fazer diante desse governo, a Contrarreforma da Previdência também precisa estar na pauta das lutas LGBT. Não podemos aceitar aumento de idade e tempo mínimo de contribuição! Ainda somos brutalmente excluídas(os) do mundo do trabalho, principalmente as pessoas trans, que, de acordo com diversos levantamentos, precisam recorrer, em até 90% dos casos, à prostituição. Se ainda é tão difícil acessar o trabalho, mais difícil ainda é completar os requisitos para ter acesso à aposentadoria. Muito pior ficará se aprovada a proposta do governo Bolsonaro.