Com mais de 200 trabalhadores, a assembleia da categoria ratificou a deflagração da greve no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam / Hospital das Clínicas), no campus de Maruípe, em Vitória, na manhã desta segunda-feira, 06 de maio de 2013.
A imensa maioria dos trabalhadores aprovou o início da greve que seguirá por tempo indeterminado ou até que sejam atendidas as reivindicações da categoria, contrária a adesão do hospital à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e em favor da saúde pública. O Sintufes instalou o Comando Local de Greve com as comissões de Negociação, Mobilização e Infraestrutura e de Divulgação que vão nortear as atividades do movimento paredista.
Decisão da categoria
A direção colegiada do Sintufes ressaltou que a decisão em deflagrar a greve nesta segunda-feira, 06, foi tomada pela assembleia da categoria, realizada na terça-feira, 30 de abril.
Essa assembleia foi realizada após o reitor ir a Brasília e decidir pela entrega do Hucam à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), no dia 15 de abril, e após a Ufes divulgar (na semana entre 22 e 26 de abril) uma lista com mais de 100 nomes de trabalhadores técnico-administrativos a serem remanejados do hospital para outros campi.
Essa lista foi divulgada, no site da Progepaes, sem que houvesse a explicação de quais critérios foram usados para escolha dos nomes. Sem falar que nenhuma das pessoas com nome na lista foi ouvida e nem perguntada se queria ou não se remanejada.
Após a categoria decidir por deflagrar a greve no dia 06 de maio, o Sintufes enviou um ofício à Reitoria explicando o porquê da decisão, bem como apresentando a pauta da greve.
“E no dia 02 de maio, fizemos uma reunião muito tensa com o reitor na Reitoria, ele disse que desconhecia a lista. Depois disse que todos que quisessem ficar no Hucam, iriam ficar. Ele foi de um autoritarismo muito grande. Não foi estabelecido um critério para lista, ninguém foi ouvido individualmente, e a Reitoria da universidade não abriu, efetivamente, um canal de negociação”, frisou a coordenadora do Sintufes Janine Teixeira.
No dia 03 de maio, a Reitoria entregou um documento ao sindicato, assinado pelo reitor, com respostas à pauta da greve. Porém, as respostas são evasivas e não garantem o atendimento das reivindicações.
Cabe ressaltar que o setor Jurídico do Sintufes já preparou um ofício mostrando que a Ebserh fere a autonomia universitária, bem como esclarecendo o procedimento para que os trabalhadores do quadro dos TAE’s sejam remanejados de seu local de trabalho.
Além disso, é importante lembrar que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra dispositivos, considerados inconstitucionais pelo procurador, na lei de criação da Ebserh. O relator da Adin no STF é o ministro Antônio Dias Toffoli.
Atendimento
Os programas essenciais como HIV/Aids, Nefrologia, Câncer, Cardiopatia, Tuberculose, Hanseníase, entre outros estão funcionando normalmente. Já outros setores, como ambulatórios, laboratórios estão com seu atendimento reduzido em 30%.
O Hucam conta com mais de 700 trabalhadores do quadro técnico-administrativo que seguirão em greve até que as reinvindicações sejam atendidas.
Fonte: SINTUFES
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