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Da Ufersa sai sugestão para o Comando Nacional de ocupação das reitorias de todas as universidades do país

Por Passos Jr

Indignados com a falta de compromisso e de descaso com os servidores públicos federais, os técnico-administrativos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido votaram em assembleia geral nesta quarta-feira, 16, pela continuidade da greve que completa 120 dias nessa sexta-feira, dia 18. A exemplo das demais categorias da esfera federal, os técnicos da Ufersa não aceitam as medidas anunciadas pelo governo no início dessa semana, batizada de “Pacote da Maldade”.

Durante a assembleia, que contou com 125 participantes, foi tirada sugestão para uma mobilização nacional com a invasão de todas as reitorias do país. O indicativo será encaminhado ao Comando Nacional de Greve da FASUBRA e da ANDES para análise. A ideia é cobrar dos reitores uma posição sobre os cortes ocorridos no orçamento das universidades, bem como um posicionamento contundente sobre a implantação do turno contínuo com 30 horas semanais.

O “Pacote da Maldade”, além de representar total desconsideração com as categorias que estão tentando uma negociação com o governo, retrocede no que se havia prometido e piora ainda mais a situação dos servidores federais com o congelamento de salários até agosto do próximo ano. Além da extinção do abono permanência, suspensão do concurso público e a reativação da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. “Antes, o governo acenava com 21% de reajuste a partir de janeiro o que não era bom,  agora apresenta uma proposta com congelamento dos salários até agosto. A greve deve continuar”, afirmou o diretor do SINTEST-RN, Alisson Bezerra.

Para o presidente da ADUFERSA, professor Joaquim Pinheiro, com as medidas anunciadas no início da semana a situação ficou ainda mais complicada. “A extinção do abono permanência e a suspensão dos concursos representa mais sobrecarga de trabalho, consequentemente, um aceleramento no processo de mercantilização da universidade pública, além de dificultar ainda mais a implantação do turno contínuo”, avaliou o professor.

Para Joaquim Pinheiro o momento agora não é de falar em por fim a greve. “Sabemos que a situação é muito difícil, mas precisamos dizer a sociedade de quem é o culpado por essa greve. O governo nem fechou as negociações, vamos continuar na luta”, opinou, ressaltando a importância de toda a categoria permanecer resistente. “Não podemos perder a moral. Vamos fortalecer a greve e denunciar o governo como nosso inimigo”, frisou o professor.

Joaquim Pinheiro lembrou ainda que o governo cede as pressões dos empresários, dos bancários, mas se mantém irredutível com relação as reivindicações dos servidores federais. “Mesmo após a greve temos que continuar a luta, precisamos partir para a ofensiva e denunciar de quem é a culpa desses quatro meses de greve”, afirmou.

A descredibilidade do governo também centralizou as palavras do coordenador do SINTEST-RN, Francimar Honorato, da seção Mossoró. “Um governo sem credibilidade, só tem enrolado os servidores com datas, prazos e promessas que não se cumprem. Não vamos baixar a cabeça, a luta continua e vamos manter a greve”, afirmou, sendo aplaudido pelos demais servidores da Ufersa que por unanimidade decidiram que a greve continua por tempo indeterminado.

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