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Paralisação na UFERSA continua. A dúvida agora é saber o que o reitor José de Arimatea defendeu na ANDIFES sobre implantação das 30 horas

Por Seção Sindical Mossoró

Três verbos fortes sintetizam a assembleia dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, realizada na manhã de quarta-feira, 09, no Auditório da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, no Campus Leste da UFERSA Mossoró. A categoria, resiliente ao descaso do Governo com as reivindicações, decidiu pela continuidade da greve que hoje completa 112 dias. Com 112 votos a favor, 12 contra e 01 abstenção, a assembleia decidiu acatar a proposta da FASUBRA de apresentar uma contraproposta com reposição das perdas em 9,5%, em 2016, mais 5,5%, em 2017, além de Step de 0,1 em 2016, e mais 0,1%, em 2017.  A assembleia contou com 125 participantes que votaram pela continuidade da greve.

De maneira informal, os Ministérios da Educação e do Planejamento acenaram na semana passada com a proposta de reajuste parcelado em dois anos, ou seja, um aumento de 10,8% em duas vezes, e elevando o step para 3,9% em 2017. A FASUBRA rejeitou a proposta e ficou de consultar os Sindicatos filiados para apresentarem uma contraproposta, que é essa acatada pelos servidores da UFERSA. A contraproposta deverá ser apresentada ao governo na reunião dessa quinta-feira, 10, em Brasília. Enquanto isso, a greve nas universidades federais continua.

Um dos pontos marcantes da assembleia foi à participação, em vídeo, do dirigente da FASUBRA, Rolando Rubens Malvásio. Ele avaliou o movimento como positivo e fez graves críticas aos reitores das universidades. Segundo Rolando, a causa do governo ter recuado na implantação do turno contínuo de 30 horas é da ANDIFES, órgão que representa os dirigentes das instituições federais de ensino superior. “A ANDIFES é veemente contra. Se não conquistamos às 30 horas a culpa é do reitor, um bando de reacionários”, frisou, acrescentando que em “muitas universidades eles ainda são aplaudidos”.

A denúncia do Rolando causou indignação aos servidores quando há menos de 15 dias, o reitor da UFERSA, professor José de Arimatea Matos, se pronunciou favorável à reivindicação da categoria. Agora, o SINTEST-RN quer saber qual foi à posição do reitor da UFERSA na ANDIFES. Para isso, um documento será enviado à reitoria para que o professor José de Arimatea esclareça por escrito à situação. Rolando denunciou ainda que a ANDIFES é contrária a qualquer paridade no âmbito universitário. “Queremos paridade não só para eleger o reitor e diretores, mas também que ela seja estendida a todos os conselhos existentes na universidade”, defendeu Rolando.

SUPERAÇÃO – A assembleia também emocionou os presentes com exemplo de superação e inclusão vivenciado no âmbito universitário. Com presença marcante na maioria das assembleias da greve, o servidor técnico administrativo, Eurico Sarmento, portador de deficiência, mostrou que a exemplo da UFERSA, o SINTEST-RN é também um espaço de inclusão.

O servidor levantou a mão e fez questão de colocar a posição dele sobre o movimento grevista defendo uma proposta. Com dificuldade para falar, o servidor usou a tecnologia, o computador e o telão, para expressar não apenas o posicionamento dele mais apresentar também uma proposta que foi apreciada pela assembleia. Eurico deu exemplo de superação, participação e inclusão no âmbito universitário e sindical. “Sem dúvida um momento de grande importância que, acredito, emocionou a todos. Creio que é essa a UFERSA e o Sindicato que queremos: participativo, inclusivo, capaz de vencer as barreiras para uma vida melhor. Temos que agradecer ao belo exemplo dado pelo nosso colega Eurico”, avaliou o servidor jornalista, Passos Júnior.

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