Estamos entrando no quinto mês de governo Bolsonaro e é impossível não perceber o quão tenebroso é o atual momento da política, em que todos tentam se impor no grito. E seja pelo medo ou pelo susto, o que se busca é calar quem discorda.
Bolsonaro foi eleito com um discurso de fazer uma nova política e de combater a corrupção no entanto o que vimos na articulação do governo para forçar a passagem do texto da Reforma da Previdência é a clara imagem da por ele chamada Velha Política. Segundo a Folha de S.Paulo, para passar o texto da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara – CCJ, O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), ofereceu, um extra de R$ 40 milhões em emendas parlamentares até 2022 a cada um dos congressistas que votar a favor da reforma no plenário. A oferta, ainda de acordo com a Folha, foi feita em reunião na casa de Rodrigo Maia.
Segundo a Folha, o ministro ainda listou cargos de segundo escalão com projeção regional que seriam distribuídos entre os partidos que apoiassem o Planalto. A lista incluía postos em estatais e autarquias como Sudam, Sudene e Banco do Nordeste.
Qual a justificativa de Bolsonaro para que práticas que ele criminalizou estejam sendo feitas em seu governo? Afinal, o que é a nova política que o Bolsonaro vendeu em campanha? Agora, ele vai ter que se justificar não só ao eleitorado dele, mas a toda população qual a diferença entre seu modo de negociar e o dos antigos gestores do país.
O que temos de novo é a utilização das mídias sociais. Querendo fugir desses questionamentos o governo tem feito uso das redes sociais como canal extraoficial de comunicação. Em um país com déficit educacional, e as pessoas acreditam muito naquilo que recebem nos grupos de WhatsApp, isso é preocupante. Será que a nova política consiste no silenciamento de informações.