A FASUBRA publicou nesta terça-feira, 17/06, o ID Nº16/2025 que traz a Resolução de Conjuntura e Plano de Lutas deliberado na Plenária Nacional realizada entre os dias 13 e 15 de junho de 2025, em Brasília. O documento aponta os desafios da conjuntura internacional e nacional, denuncia a retomada da Reforma Administrativa, convocando a categoria à mobilização, com paralisações já no mês de julho.
A análise política da FASUBRA destaca o avanço da extrema direita no mundo, com ênfase na reeleição de Donald Trump nos EUA e na ofensiva militar de Israel contra o Irã e a Palestina, além da fragilidade do governo Lula diante das pressões do Congresso Nacional e do mercado. A Federação critica a conciliação com o centrão, que tem dificultado a implementação do programa eleito em 2022, e chama atenção para o risco real de retorno da extrema direita ao poder em 2026.
O documento denuncia os impactos da política econômica liberal, os retrocessos na agricultura familiar, o aumento do custo de vida e a precarização dos serviços públicos. A FASUBRA também aponta a tentativa de reintrodução da Reforma Administrativa com novo nome — “Transformação do Estado” — como uma ameaça à estabilidade dos servidores, à autonomia das instituições e à qualidade do serviço público.
Entre as reivindicações centrais está o cumprimento integral do Termo de Acordo nº 11/2024, assinado ao fim da greve da categoria, que inclui: implantação do RSC para ativos e aposentados; aceleração da progressão para aposentados; paridade nas eleições para reitores; jornada de 30 horas para todos os TAE; isonomia salarial para médicos e veterinários; revisão do Decreto 9991/2019, entre outros pontos.
A Plenária optou por manter o Estado de Greve e não deflagrar uma nova paralisação por enquanto, mas aprovou um calendário de mobilizações e paralisações quinzenais de 48h em julho, principalmente nos hospitais universitários e demais setores administrativos.
Como principal eixo político para o segundo semestre, a FASUBRA convoca ampla mobilização contra a Reforma Administrativa e a favor da recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino (IFE). Está prevista uma jornada nacional de lutas em 26 de junho, com paralisações e atos nas capitais. Também serão articulados fóruns estaduais e municipais, atividades formativas, audiências públicas, ações nos aeroportos e pressão direta aos parlamentares.
Além disso, a FASUBRA apoiará a campanha do Plebiscito Popular, ao lado de entidades como MST, MTST, UNE e centrais sindicais, em defesa da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, do fim da escala 6×1 e da taxação dos super-ricos. A campanha busca fortalecer o diálogo com os setores mais explorados da sociedade e reconectar a esquerda com suas bases populares.
Entre outras deliberações estão a intensificação da luta contra o Decreto 10.620/2021, a defesa da redução da jornada para trabalhadores terceirizados, a construção de uma campanha nacional pelas 30 horas semanais e a preparação de uma possível greve geral unificada do funcionalismo público.
O calendário aprovado prevê uma Plenária Virtual em julho para avaliação das ações, seguida de uma Plenária Nacional nos dias 15 a 17 de agosto, em Brasília. Também estão programados encontros temáticos sobre mulheres, raça, aposentados e segurança nas instituições de ensino.
Atenta à atual conjuntura, em especial no avanço da Reforma Administrativa no Congresso que traz ameaças concretas ao serviço público, a Direção do SINTEST-RN chama toda a categoria para somar-se à luta e participar das atividades convocadas pelo sindicato.
Conforme deliberado na última assembleia geral do SINTEST, realizada em 12/06, iremos instalar um Grupo de Trabalho (GT) para discutir e formar a base sobre os impactos da Reforma Administrativa. Portanto, fiquem atentos, pois em breve divulgaremos a data da primeira reunião em nossos canais de comunicação.
O SINTEST-RN reafirma seu compromisso com a valorização do serviço público e contra os retrocessos impostos pelo Congresso e pelo capital.