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A lei 10.639, de janeiro de 2003, incluiu no calendário o Dia da Consciência Negra, escolhido a partir do movimento negro brasileiro em memória à morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência contra a escravidão. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas de modo a mostrar as dificuldades sofridas pelos negros e suas contribuições sociais, políticas e econômicas.

Após todo o contexto histórico que acobertam os negros, foi necessário o decreto de uma data para que as pessoas pudessem refletir a respeito da escravatura e preconceitos que rodeiam nossa sociedade. Na verdade, a atenção dada ao tema ainda não é devida. O Brasil é teoricamente considerado um país de todos, mas é evidente a supressão que os negros passaram ao longo do tempo. O preconceito está explícito mascarado de forma implícita nas pessoas. Discursos de inferiorização são persistentes mesmo daquelas pessoas que não se consideram racistas.

A discriminação social, que critica as características da raça, a econômica, por muitos estarem marginalizados, a cultural, com imposição à mudança religiosa por ridicularizarem suas crenças, são alguns exemplos da realidade sofrida diariamente pelos negros. As cotas são criticadas por alguns, mas aparecem como meios alternativos para propor um pouco de justiça e igualdade entre as raças que dispuseram de realidades sociais diferentes. Uma espécie de reparação histórica.

Racismo, sexismo, violência e injúria, além de manifestar o quanto o ser humano ainda permanece ignorante, são crimes. É um absurdo saber o sofrimento que os negros passaram ao serem considerados à condição de coisa ou mesmo nada e, ainda assim, possuir um juízo de valor que não seja vergonha de ser parte desse contexto da escravidão.

Consciência? Mais que isso. Atitude!

As grandes transformações só são possíveis quando partem da mobilização e disposição das pessoas. As ditaduras tem que cair por terra para que os direitos e deveres sejam assegurados a todos os cidadãos sem distinções. É nossa obrigação reconhecer a importância do negro em nossa história!