Na manhã desta terça-feira, 29 de julho, o SINTEST-RN realizou um ato público na lateral do shopping Via Direta, em Natal. A mobilização integrou o calendário nacional de lutas do funcionalismo público e foi convocada pela FASUBRA Sindical, com o objetivo de cobrar o cumprimento integral do acordo de greve e barrar a proposta de Reforma Administrativa (antiga PEC 32), que ameaça direitos históricos do serviço público.
A concentração começou por volta das 8h30, na parada do Circular da UFRN, e se deslocou para a lateral do Via Direta, onde foi realizado o ato principal. Com diversas falas ao microfone, os manifestantes dialogaram com a população que circulava pela região, denunciando os riscos da Reforma Administrativa e a negligência do governo em relação às pautas dos servidores.
A atividade reuniu mais de cem pessoas, entre técnico-administrativos da UFRN e UFERSA, além de representantes de sindicatos, centrais sindicais e coletivos. Estiveram presentes o Sindprevs-RN, Sindicato dos Bancários-RN, CSP-Conlutas, Movimento Muda SINTE-RN, Partido Operário Revolucionário (POR), Aliança Revolucionária dos Trabalhadores (ART), Coletivos Travessia e TAEs na Luta.
O SINTEST-RN reforça que a luta em defesa do serviço público continua e que a mobilização da base é essencial para barrar retrocessos e garantir conquistas.
Celita Pessoa, coordenadora geral do SINTEST-RN, lamentou a baixa participação dos técnico-administrativos no ato, alertando que muitos ainda não perceberam a gravidade do momento. “A Reforma Administrativa é como um trator que vem para destruir as conquistas da nossa categoria. Se não reagirmos agora, corremos o risco de perder tudo o que levamos décadas para conquistar”, afirmou.
Ela destacou que até mesmo os avanços obtidos com a greve de 2024, que durou quase 120 dias, estão sob ameaça. Um dos principais pontos em risco é a reestruturação do PCCTAE, que trouxe benefícios reais aos servidores, mas que pode ser desmontada caso a proposta avance. A Reforma prevê, entre outras medidas, o fim das progressões automáticas por tempo de serviço, o que representaria um grave retrocesso na valorização da carreira.
Wellington Soares, coordenador jurídico do SINTEST-RN, criticou duramente o fato de o Congresso Nacional estar pautando a reforma administrativa sem ouvir os sindicatos que representam os servidores públicos — justamente os mais afetados pelas mudanças. Em vez de dialogar com os trabalhadores, os parlamentares têm dado ouvidos às federações do comércio e da indústria, que priorizam interesses econômicos em detrimento dos direitos do funcionalismo.
Wellington também alertou para o retorno do chamado “trem da alegria”, referindo-se à possibilidade de ingresso no serviço público sem concurso, por meio de indicações políticas. Isso porque a proposta da reforma administrativa prevê a ampliação das contratações temporárias e da terceirização, o que pode precarizar o serviço público e comprometer sua impessoalidade e eficiência.
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