Foi realizada na manhã desta terça-feira (12) mais uma assembleia geral da UFRN, desta vez em um local bem diferente do comum. A mesma aconteceu em frente à Editora Universitária, como forma de protesto contra a tentativa da reitoria de desmontar o setor e todo o parque gráfico da universidade.
Um pouco de história
Essa não é a primeira vez que tentam desmontar o parque gráfico da Editora Universitária. A última vez aconteceu em 2001, na gestão do reitor Ótom Anselmo. Uma das características marcantes do governo da época, Fernando Henrique Cardoso, em seus dois mandatos foi a política de privatização de vários setores públicos. Na educação, essa política se deu na tentativa de acabar com os parques gráficos das universidades federais. A ordem de terceirizar os serviços gráficos veio do MEC em 1998, após reunião com os chefes de editoras de todas as universidades públicas federais do país.
A justificativa para tal atitude seriam os sucessivos problemas do setor. Nessa época, várias máquinas da editora da UFRN foram doadas à Sociedade Professor Heitor Carrilho, que em menos de dois meses depois já havia vendido duas das máquinas doadas. Por um tempo, o SINTEST/RN conseguiu barrar a tentativa de pôr fim à gráfica da UFRN. Em 2001, na gestão do Reitor Ótom Anselmo, o processo de desmonte foi retomado. A UFRN alegava prejuízos, porém o sindicato garantia ser uma decisão política. Nesse episódio, o SINTEST/RN apresentou uma proposta de reestruturação da editora, a qual seria de uso exclusivo da UFRN, funcionando sob administração dos próprios funcionários, com uma coordenação de gestão eleita de forma direta pelo quadro funcional.
Nos estudos apresentados pelo sindicato, ficava demonstrado que a terceirização elevaria os gastos com os serviços gráficos, quando seriam necessários R$ 130 mil para reestruturar a editora universitária. Mesmo assim, a Administração Central tentou, sem sucesso, leiloar vários equipamentos. Numa ação radicalizada, o SINTEST/RN impediu o transporte das máquinas que tinham o prazo de apenas 24h para serem leiloadas. Graças ao sindicato, até hoje algumas dessas máquinas ainda estão na editora universitária. Várias editoras universitárias, a exemplo de Alagoas e Paraíba não tiveram a mesma mobilização de suas bases e foram privatizadas nesse período.
Resumo das deliberações
- Exigir posicionamento oficial da reitoria a respeito da situação da Editora Universitária e fazer uma nota pública denunciando a ameaça de desmonte da mesma;
- Solicitar da Reitora posicionamento a respeito da participação da universidade no evento Motores e Desenvolvimento (que foi de encontro a necessidade de investimentos no setor público);
- Próxima assembleia no dia 21/12, às 14h, no Pátio da reitoria da UFRN (dia da realização da reunião do Consad que irá discutir o pagamento do recesso natalino);
- Continuidade do Estado de Greve
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