A entrega do relatório final do Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Administrativa, prevista para este mês, foi adiada por orientação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O coordenador do GT, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), foi instruído a concentrar esforços na articulação com as bancadas partidárias para assegurar apoio à proposta antes de torná-la pública. Até agora, não há nova data definida para a apresentação.
O adiamento não é apenas burocrático, mas um reflexo da pressão exercida pelos sindicatos e entidades que vêm denunciando os riscos dessa reforma. A mobilização conseguiu criar um freio em um processo que vinha sendo conduzido de forma acelerada e pouco transparente.
O prazo original do GT era de apenas 45 dias para debates e conclusão do relatório — um tempo insuficiente para discutir um tema que pode desmontar a estrutura do serviço público brasileiro. Com a prorrogação, abre-se espaço para ampliar a mobilização, fortalecer o diálogo com a sociedade e pressionar o Congresso.
Uma janela para ação
Para a Direção do SINTEST-RN, esse adiamento deve ser entendido como uma conquista parcial. O movimento sindical tem diante de si uma oportunidade estratégica para intensificar a pressão sobre os parlamentares, ampliar o diálogo com a sociedade, buscar mudanças no texto do relatório, que ainda não foi fechado e pode sofrer alterações, além de construir uma agenda nacional de mobilização unificada.