O anúncio do Governo Federal de que suspenderia as negociações com todas as categorias do serviço público até o dia 13 de agosto surtiu efeito contrário. Mais uma vez, ao invés de uma trégua, o resultado foi a intensificação cada vez maior das ações de greve.
No último dia 31, as atividades dos técnico-administrativos das universidades tiveram grande repercussão no país. No Rio Grande do Norte, por exemplo, grevistas da UFRN, Ufersa e IFRN promoveram ato conjunto e fizeram o trancamento de um dos principais cruzamentos da cidade. Inclusive, essa ação somada ao piquete dos servidores no campus central do IFRN foram destaque num dos jornais de maior audiência no Brasil, o Jornal Nacional da Globo. Além do RN, Ceará e Rio Grande do Sul também foram mencionados.
Como resultado dessa e de outras atividades intensificadas, na noite noite de ontem (01), o Ministério do Planejamento através da Secretária Marcela Tapajós, entrou em contato com a Fasubra e convocou o Comando para reunião na próxima segunda-feira (06) à tarde. Ao ser questionada se essa seria só mais uma reunião, afirmou que não e que o governo deve apresentar proposta concreta aos técnicos das universidades, em greve há exatos 53 dias.
E como a avaliação do movimento é de que todo apoio favorável aos trabalhadores é bem vindo, vale destacar o papel importante que tiveram os parlamentares que compareceram à reunião suprapartidária, também realizada ontem (01), com o Ministério do Planejamento, a pedido da Fasubra. Foram eles:
Afonso Florence – PT/BA
Alice Portugal – PC do B/BA
Antônio Carlos Biffi – PT/MS
Chico Alencar – PSOL/RJ
Dorinha Seabra – DEM/TO
Efraim Filho – DEM/PB
Eudes Xavier – PT/CE
Fátima Bezerra – PT/RN
Jandira Feghali – PC do B/RJ
Laércio Oliveira – PR/SE
Manoel Júnior – PMDB/PB
Newton Lima – PT/SP
Nilson Leitão – PSDB/MT
Paulinho Pereira – PDT/SP
Policarpo – PT/DF
Reginaldo Lopes – PT/MG
Sebastião Bala Rocha – PDT/AP
Vicente Selistre – PSB/RS
Situação dos professores
O mesmo aconteceu em relação aos professores. O governo recuou em seu prazo de suspensão e realizou ontem mesmo, à noite, mais uma reunião de negociação com os docentes. No caso deles, o governo informou que não tem mais proposta a não ser a já apresentada. Mais uma vez a maioria dos estados rejeitou a proposta e a decisão é pela continuidade da greve. Até o momento, 53 assembleias de todo o país tomaram essa posição, exceto as categorias ligadas ao ProIfes. No Rio Grande do Norte, apesar dos professores terem se posicionado favoravelmente à proposta através de um plebiscito eletrônico, o estado é um dos dois únicos no país que não aderiram à greve.