Sem ganhos significativos servidores encerram greve após 127 dias para não ser maior os prejuízos salariais da categoria
Por Passos Júnior
A partir dessa quinta-feira, 08, a rotina dos servidores técnico-administrativos volta à normalidade. É que a categoria acatou retornar ao trabalho após quatro meses e nove dias em greve. A decisão foi tomada em comum acordo com o Comando Nacional da FASUBRA. A recomendação é que os técnico-administrativos façam uma força tarefa para colocar as atividades acumuladas em dia, porém não há recomendação para reposição dos dias parados uma vez que a greve foi considerada legal. A decisão pelo retorno das atividades foi tirada em assembleia realizada na Ufersa Mossoró, nesta terça-feira, 06, quando 65 servidores optaram por retornar nessa quinta-feira, dia 08, contra 27 que queriam retornar apenas no dia 13, após o feriado. Outros 05 se abstiveram da votação.
Apesar das poucas conquistas, no que se refere à reposição salarial os técnico-administrativos avaliaram como positiva a paralisação que foi não apenas a maior da história da Esam/Ufersa, mas também da FASUBRA. “Tivemos pequenos ganhos nos auxílios alimentação, creche e saúde e no que diz a reposição salarial as perdas salariais acumuladas poderiam ter sido bem maiores”, explicou o coordenador estadual do SINTEST-RN, Adalto Sabino.
Para o sindicalista, a categoria deu uma resposta ao governo e que a greve pode ser considerada um marco da reforma fiscal. “Tivemos uma boa repercussão na mídia e uma mobilização nacional da categoria que representa uma vitória política da organização sindical”, declarou. Adalto Sabino explicou que se o acordo não fosse assinado, os prejuízos da categoria seriam bem maiores. “Sem o acordo, os servidores categoria “E” (Nível Superior) ficariam com uma perda salarial acumulada de 23,52%, contra 3,61% com a assinatura. Já os servidores da Categoria “D” (Nível Médio), as perdas caiu de 31,12% para 16,20% com a assinatura do acordo com o governo”, esclareceu.
Para Francimar Honorato, coordenador da Delegacia do SINTEST-Mossoró, a greve na UFERSA foi o maior exemplo democrático da história da instituição. “Foram mais 20 assembleias com auditórios lotados, manifestações com ações externas, inclusive, fora de Mossoró, e mais de trinta reuniões do Comando Local, além de reivindicações de uma pauta interna com muitas conquistas”, avaliou.
Francimar aproveitou para apresentar a prestação de contas do Fundo de Greve que no início do movimento tinha saldo R$ 13.441,52 e atualmente é de R$ 3.441,52. “A parceria do SINTEST-RN e com a ADUFERSA (Associação dos Docentes) minimizou as despesas uma vez que grande parte das ações aconteceu em parceria possibilitando a diminuição dos custos”, explicou.
Outra conquista em andamento é a possibilidade da implantação do turno contínuo na UFERSA. Os estudos já estão sendo viabilizados por setor. “Temos uma comissão permanente trabalhando e estudando a flexibilidade de cada setor”, afirmou Elisângela André, integrante da Comissão do Turno Contínuo. A Comissão parte de dois princípios básicos: o atendimento ao público das 8 às 21h e o número de servidores da cada setor. A previsão é de que ainda esse mês a Minuta do Turno Contínuo seja apreciada pelo Conselho Universitário. A criação da Assessoria de Comunicação, uma sala de descanso para os servidores de Pau dos Ferros e a ampliação de vagas nos programas de pós-graduação foram também conquistas da greve.
ELEIÇÃO – Com o fim da greve dos técnico-administrativos o SINTEST-RN dá início ao processo eleitoral para a nova diretoria do Sindicato. Até o dia 25 de outubro, o SINTEST-RN estará inscrevendo as chapas interessadas em disputar a eleição que vai acontecer no dia 25 de novembro. A expectativa é que a Ufersa se faça presente com no mínimo seis representantes em uma das chapas.
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