Já está comprovado que o isolamento social reduziu o avanço de casos de Coronavírus nos locais onde a medida foi adotada. Contudo, dados do relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em 20/04, revelam que os casos de violência doméstica contra as mulheres aumentaram nesse período.

No Estado de São Paulo, que é o mais atingido pela pandemia e que impôs medidas de isolamento abrangentes, os atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas de violência aumentaram 44,9% na comparação entre março de 2019 e março de 2020. A quantidade de feminicídios também subiu, de 13 para 19 casos (46,2%).

No Rio Grande do Norte não é diferente. Os casos de feminicídio colocam o estado na lista dos mais violentos do país. Segundo o levantamento, em março deste ano foram registrados quatro feminicídios, um crescimento de 300% em comparação com o mesmo período de 2019.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, houve um aumento no número de boletins de ocorrência na Delegacia da Mulher e em março de 2020 foram registradas 385 denúncias de violência doméstica, 31 a mais que o registrado no mês anterior.

O fato é que na maioria dos casos registrados de violência doméstica, o agressor é o companheiro da vítima e o lugar onde mais acontecem episódios de violência é dentro de casa. Por isso, o lar não é um lugar seguro para muitas mulheres, o que se agrava com o período de confinamento, já que a maioria das mulheres dependem do companheiro e não tem para onde ir.

A diretora regional da ONU Mulheres, Maria Noel Baeza, declarou que “em uma situação de confinamento, o que está acontecendo é que as mulheres estão trancadas com seus próprios abusadores em situações nas quais têm válvulas de escape limitadas”.

É imprescindível que o poder público tome medidas para combater todos os tipos de violência contra as mulheres, em especial nesse momento de vulnerabilidade. O disque-denúncia é um dos principais canais para este fim, mas é preciso mais. Saiba onde denunciar:

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