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Com bolo, palavras de ordens e muitas faixas grevistas tomaram a BR-110 para denunciar a sociedade sobre os cortes no orçamento da Universidade

Por Passos Jr

A comemoração da primeira década da transformação da Esam em Universidade Federal Rural do Semi-Árido aconteceu em clima de protesto realizado pelos servidores técnico-administrativos e professores que estão em greve há mais de dois meses. A manifestação, inclusive, com direito a bolo e café da manhã, foi realizada nesta quarta-feira, 05, em frente o Câmpus da Ufersa Mossoró, no sinal da BR-110. Muitas faixas e palavras de ordens mencionadas pelos servidores em greve alertavam a sociedade Mossoroense contra os desmandos do governo na área da educação superior.

Por quase três horas, os servidores da Ufersa distribuíram a nota aberta a população: UFERSA 10 ANOS: E AGORA? Informando a população sobre as consequências do corte de mais de R$ 9 bilhões, realizado pelo Governo Federal, no orçamento das universidades públicas de todo o país. Na Ufersa representa recursos na ordem de R$ 15,5 milhões, afetando diretamente no processo de crescimento e expansão da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. “A população precisa saber que tal medida representa uma grande ameaça para não instalação do curso de Medicina em Mossoró e Assú”, afirmou o diretor regional do SINTEST-RN, Francimar Honorato.

A greve dos servidores técnico-administrativos atinge 100% das universidades federais do país. A categoria reivindica reposição salarial de 27,30%, referente às perdas de janeiro de 2011 a julho de 2015, além de turnos contínuos com redução da carga horária de 8 para 6 horas. Os técnicos também são contra o corte de R$ 9,4 bilhões do orçamento da educação, que reflete na Ufersa num corte de quase 50% no orçamento desse ano.  “Compreendemos a importância da Ufersa, embora a postura do governo seja contraditória, pois na medida em que amplia as vagas, diminui o repasse de recursos. Não aceitamos a precarização da universidade pública, em detrimento, ao favorecimento a lógica da mercantilização e privatização do acesso universitário”, discursou o presidente da ADUFERSA, professor Joaquim Pinheiro.

Com mais de 100 participantes, o protesto em frente à Ufersa recebeu o apoio dos transeuntes que passavam pela BR-110. A ideia dos grevistas não era tumultuar o trânsito, mas mostrar a insatisfação dos trabalhadores com a atual política do governo. Os servidores tomavam a pista a cada sinal vermelho. A manifestação contou com o apoio dos estudantes universitários e de outras categorias federais como Instituto Federal e o INSS também em greva.

Os grevistas lamentavam que a comemoração da primeira década da transformação da Esam em Ufersa seja marcada com um protesto e uma greve nacional dos seus servidores por melhores salários, melhores condições de trabalho e em defesa da universidade pública e de qualidade. “Entendemos que a melhor forma de homenagear e comemorar esses 10 anos como Universidade e reforçar o movimento contra os ataques da política econômica do atual governo que com o falso argumento de ajustar as contas públicas, corta recursos e custeios da universidade, acarretando sérios prejuízos para comunidade estudantil”, avaliou o professor Joaquim Pinheiro.

“Que a comemoração da primeira década da Ufersa seja também um momento de reflexão sobre o futuro da nossa Universidade que no momento se encontra em risco”, avaliou o professor Joaquim Pinheiro, acrescentando que “é importante a sociedade perceber que a Ufersa ainda se encontra em processo de consolidação, precisando de muitos investimentos em infraestrutura, equipamentos e maior apoio para as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão”, observou, lembrando que os cortes comprometem todo o trabalho e que a greve vivenciada é a única alternativa dos trabalhadores das universidades para contrapor essa situação imposta pelo governo.

“Optamos em comemorar os 10 anos da Ufersa dando uma maior visibilidade ao movimento que já duram 60 dias sem nenhum avanço nas negociações com o governo”, afirmou Francimar Honorato, do SINTEST-RN, alertando que a luta continua cada vez mais forte. O sindicalista ressaltou ainda a importância de uma mobilização unificada, a nível local e nacional, entre as demais categorias que estão em greve no país. Ele adiantou que na próxima semana o comando nacional voltará a se reunir com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em mais uma rodada de negociações.

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